Enquanto o mundo caminha para a consolidação de um novo modelo industrial, o Brasil se mostra otimista com relação à transformação digital que vem ocorrendo. É o que mostra o capítulo Brasil do Barômetro Global da Inovação, estudo realizado anualmente pela GE com um público executivo e formador de opinião de 4,000 pessoas em 23 países, que aponta as percepções sobre tendências e perspectivas de inovação no mundo. Ao ouvir 200 executivos e mais de 100 brasileiros interessados no tema, a companhia identificou que o País vê como positiva a antecipação da quarta Revolução Industrial.
Os dados indicam que os mercados emergentes se sentem mais confiantes e empoderados nesse ciclo de mudanças em relação a economias maduras. No Brasil, os percentuais são de 76% e 74% para estes dois pontos, respectivamente. Os empresários brasileiros já estão, inclusive, adotando novas tecnologias que auxiliem no desenvolvimento de seus modelos de negócios, percebendo a necessidade de conectar máquinas e pessoas, o que a GE chama de internet industrial. Entre os entrevistados, por exemplo, 64% informaram usar Big Data para tomada de decisões. Ainda que o percentual seja inferior ao registrado em 2014 (77%), está acima da média global, de 61%.
A pesquisa permite identificar uma relação direta entre as tendências de inovação e o atual momento do setor produtivo no Brasil e no mundo. A produtividade industrial crescia em média 4% anualmente no período 1990-2010. A partir de então, a taxa tem sido apenas 1%. A razão por trás disso é que a conectividade não adiciona mais valor isoladamente. O incremento só será possível com a capacidade de coleta e interpretação dos dados gerados pelas máquinas. “Com os líderes cientes desta necessidade, é possível esperar a retomada do crescimento da produtividade. A GE está preparada para contribuir com este avanço no País. E é pela expertise digital industrial da empresa que apostamos em uma agenda de crescimento para os próximos anos”, detalha Erik Camarano, líder de Assuntos Governamentais e Política Públicas da GE para América Latina.
O estudo aponta ainda que o lucro gerado pela inovação colaborativa vem crescendo no País recentemente. Em 2015, 80% dos gestores nacionais registraram resultados concretos em processos colaborativos – enquanto em 2014 esse percentual não passava dos 64%. Outro índice relevante é que tanto os executivos (91%), quanto os cidadãos (85%) ouvidos pelo Barômetro acreditam que os processos de manufatura avançada serão responsáveis por transformar radicalmente o setor industrial. Ou seja, apesar da inovação ser um processo de longo prazo, já é possível identificar mudanças no cenário brasileiro que visem ao aumento da produtividade e à retomada do crescimento econômico.
“Na GE, acreditamos que inovar não é uma opção; é uma necessidade constante. O desafio hoje é criar mecanismos para se inovar mais e melhor. Nesse contexto, o Barômetro da Inovação se consolida como uma potente ferramenta que aponta direções que podem contribuir para o avanço da inovação no mundo e também no Brasil. Os dados da pesquisa permitem ainda observar que, mesmo em momentos de dificuldade, nunca se deve deixar de inovar. Isso corrobora nossa crença de que a inovação permanente é a chave do sucesso”, pontua Camarano.
Além das oportunidades reveladas, a pesquisa aponta também os desafios em inovação no País. Ainda que a confiança gerada pela chegada de novas tecnologias cresça a cada dia, os empresários brasileiros, por exemplo, continuam a ser desafiados a inovar de forma eficiente e disruptiva – 90% dos entrevistados temem se tornarem obsoletos, na medida em que as tecnologias avancem mais rápido do que eles podem se adaptar. No mundo, esse percentual corresponde a 81%.
Outros desafios enfrentados pelo Brasil que também foram apontados por outros países do mundo são: dificuldade de definir um novo modelo de negócio (63% vs. 64% globalmente); investimento insuficiente (61% vs. 60% globalmente) e baixa capacidade de adquirir e integrar inovações externas (73% vs. 63% globalmente). Além disso, os gestores brasileiros acreditam que ter um processo claro para gerir a inovação (42%) e criar uma cultura interligada em que ideias sejam partilhas facilmente (43%) são fatores fundamentais para inovar de forma transformadora e confiável.
No momento em que as tecnologias existentes e as que ainda estão para nascer serão capazes de unir os mundos físico e digital, criando transformações na economia, nas sociedades e no modo de fazer negócios, o ambiente de trabalho também deve se adaptar. Assim como no restante do mundo, os executivos do Brasil acreditam que o profissional do futuro deve ter a capacidade de solucionar problemas (66%) e ser criativo (55%). Porém, os entrevistados no País apontam o comprometimento de longo prazo (48%) e o empreendedorismo (44%) como práticas essenciais para a força de trabalho.
Neste ciclo de mudanças, o perfil das oportunidades de trabalho deixará de ser operacional e passará a ser mais estratégico e criativo, exigindo profissionais com alta qualificação. O Barômetro indica, no entanto, que nem os empresários (39%), nem a população (23%) acreditam que o sistema educacional do País esteja pronto para enfrentar as futuras competências do mercado de trabalho. Enquanto isso, os cidadãos de Índia (81%), China (78%) e Indonésia (76%) consideram que seus países estão preparados. Ainda assim, apenas 25% dos gestores acreditam que a revolução digital levará o País a níveis mais altos de desemprego.
Sobre o Barômetro Global da Inovação
A pesquisa encomendada pela GE e conduzida pela Edelman Berland foi realizada de 13 de outubro a 7 de dezembro de 2015. No mundo, foram feitas 2,7 mil entrevistas com executivos sêniores de 23 países, sendo todos altamente engajados na gestão das estratégias de inovação das empresas em que atuam. Pela primeira vez, a pesquisa recolheu também dados de mais de 1,3 mil pessoas interessadas no tema, com 13 diferentes nacionalidades, a fim de ampliar e estimular o debate sobre o assunto.
Os países envolvidos na pesquisa são: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argélia, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Emirados Árabes, EUA, França, Índia, Indonésia, Israel, Japão, Malásia, México, Nigéria, Polônia, Rússia, Suécia e Turquia.
O Barômetro explora as mudanças de percepção sobre a inovação, considerando um mundo globalizado e complexo. Além disso, são pesquisados pontos de vista sobre as oportunidades criadas por cada país para o desenvolvimento da inovação, bem como o impacto e o valor atribuídos ao tema, as responsabilidades relacionadas à condução e ao apoio de iniciativas e o futuro do mercado de trabalho.
Fonte: GE