Cerca de 30 participantes foram até a cidade histórica conhecer três iniciativas que, juntas, contam um pouco da capacidade inovativa da região.
No Instituto Tecnológico da Vale (ITV), os visitantes foram recebidos pelos membros da Gerência Executiva de Tecnologia e Inovação, que fizeram a apresentação institucional e falaram do papel do instituto no modelo de inovação aberta realizado pela mineradora.
O ITV é uma instituição sem fins lucrativos, que foi formalizada em 2009 e atua na pesquisa e ensino em áreas consideradas estratégicas, de forma a expandir o conhecimento e os negócios da Vale de maneira sustentável. O instituto se posiciona entre as instituições científicas e tecnológicas e os setores de P&D empresariais, procurando potencializar a vocação inovadora do pesquisador-empreendedor. Suas atividades estão apoiadas no pilar ensino, pesquisa e empreendedorismo e tem como objetivo o desenvolvimento de soluções técnico-científicas para problemas e oportunidades futuras no campo da mineração.
O ITV conta com duas unidades: o ITV-MINERAÇÃO em Ouro Preto e o ITV-DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL em Belém do Pará. Ambas situadas em cidades estratégicas para as atividades da Vale, pois concentram as principais áreas de exploração de minério. Ao todo são mais de 60 pesquisadores e 110 alunos, nos cursos de pós-graduação.
O Laboratório de Robótica foi o espaço que mais chamou a atenção dos visitantes. Além das atividades práticas dos alunos de pós-graduação do ITV, o laboratório também realiza treinamentos e capacitação para funcionários da Vale que operam os maquinários. Os pesquisadores mostraram alguns dos equipamentos mais modernos utilizados na prospecção de minérios, como os drones, e fizeram uma demonstração com robôs.
Depois de presenciar alguns dos recursos mais inovadores para a exploração de minérios, os visitantes foram convidados a voltar ao passado, atrás do Museu de Ciência e Técnica da Escola de Minas da UFOP. A Escola de Minas foi criada em 1876 e foi a primeira faculdade de engenharia do país. A cidade se tornou sede da instituição por conta de sua importância na mineração do ouro e posteriormente na extração do minério de ferro, acumulando um know-how importante para o desenvolvimento desta atividade econômica.
O espaço foi transformado em museu, que através de imagens, maquetes e equipamentos antigos mostra a evolução da mineração no Brasil, desde as ferramentas mais rudimentares utilizadas pelos escravos africanos no início da exploração do ouro até os grandes maquinários utilizados hoje, como as escavadeiras.
A visita ainda contemplou a sala de Mineralogia, com uma coleção de mais de 20 mil exemplares, entre minérios encontrados no Brasil e em outros países, e até mesmo em outros mundos, como os meteoritos.
Na última visita do dia, foi a vez de vislumbrar o futuro. Os participantes conheceram as instalações da Fundação Educativa de Rádio e Televisão de Ouro Preto (FEOP). O espaço, que já foi uma fábrica e também já abrigou uma unidade do SENAC, hoje está sendo preparado para receber um FabLab aberto ao público e já funciona como um espaço de coworking. Diversos projetos terão lugar nesse espaço em parcerias com governos municipal, estadual e federal, envolvendo as instituições de ensino da região.
A educação, formal e não-formal, é o foco da instalação, que entre suas atividades também inclui a Educação a Distância (EAD). No mesmo local também acontecem atividades de projetos sociais da Fundação Aleijadinho voltados para crianças e adolescentes, o que pode propiciar uma integração ainda maior com a comunidade do entorno.
Os participantes da visita técnica vieram de diferentes regiões do país, representando uma diversidade de instituições, desde agências de inovação e empresas até universidades e centros de pesquisa.
Fabiano, da Universidade Católica de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, disse que “além dos contatos que a gente acabou criando, saio dessa visita com uma crença de que temos grandes oportunidades de melhorar o campo da ciência e da tecnologia. Vejo que em Minas está se criando uma rede, não só para inovação, mas também para a difusão de tecnologia”.
Fonte: Anpei