Um acordo de cooperação científica foi assinado entre o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e o Sindicato da Indústria de Fiação e Tecelagem em Geral (Sinditêxtil – SP). O convênio tem objetivo de tornar o setor mais competitivo e sustentável.
O documento, assinado na última quinta-feira (24/09), tem objetivo de “promover a mútua cooperação para análise e desenvolvimento de processos, produtos e serviços de maior valor agregado, intensivos em conhecimento e tecnologia”. O objetivo é aumentar a competitividade da indústria têxtil brasileira frente à concorrência internacional, além de aprimorar o uso eficaz de recursos naturais escassos, como água e energia.
Em palestra sobre inovação e competitividade no setor, o ministro ressaltou as posições ocupadas pelo Brasil no mercado global. “É admirável que, mesmo com as atuais dificuldades, nossa indústria ainda seja o quinto maior parque têxtil do mundo e esteja entre os quatro maiores produtores de vestuário do ranking”, disse Aldo. “É um fenômeno, uma demonstração de vigor e capacidade.”
Aldo destacou o setor como a matriz das atividades fabris. “A indústria têxtil é a mãe da Revolução Industrial, na Inglaterra e no Brasil, onde ela foi pioneira, ao iniciar o processo de industrialização”, apontou. O ministro ilustrou “a marca da inovação” do segmento com o fato de a China ter liderado a economia mundial no século XVIII com seus teares manuais, até o surgimento das máquinas a vapor britânicas.
Superação
Na opinião do presidente do Conselho de Administração da Abit, Rafael Cervone Netto, o MCTI é estratégico para a indústria têxtil. “Queremos ser pioneiros, audaciosos, parceiros do governo para que possamos crescer. A única certeza que nós temos dessa crise é que nós vamos superá-la. O Brasil é maior que a dificuldade”, disse.
Acordo
MCTI, Abit e Sinditêxtil-SP se comprometem a definir programas de trabalho que priorizem temas de desenvolvimento tecnológico de interesse da indústria têxtil nacional. A parceria pode compreender atividades em nanotecnologia, testes de conformidade, tecidos do futuro, acabamento de superfície, processos sustentáveis, rotas tecnológicas da área, artesanato, moda e design.
Válido por dois anos – prorrogáveis – o acordo prevê a elaboração de termos aditivos, que definirão as atividades da parceria e a formação de grupos de trabalho para realizar estudos de mercado e prospecção tecnológica na indústria têxtil, em busca de promover maior competitividade internacional. A articulação pode envolver outros órgãos e entidades, nacionais e estrangeiros.
O documento propõe aproximar políticas de governo do setor industrial, ao fomentar um “diálogo amplo” sobre questões ambientais, sociais e de desenvolvimento. As restrições de acesso à água pela indústria estão expressas no acordo como um desafio a ser enfrentado pela parceria.
O texto considera que ciência e tecnologia podem apresentar soluções para a captação sustentável do recurso, bem como para o tratamento dos efluentes, quando devolvidos ao meio natural.
Fonte: Agência Gestão CT&I