Brasil apresenta candidatura à presidência do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC)

O IPCC é o órgão das Nações Unidas responsável por avaliar a ciência relacionada à mudança do clima. Sua criação pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e pela Organização Meteorológica Mundial, em 1988, foi determinante para alertar sobre as implicações e possíveis riscos associados ao fenômeno.

O Brasil apresentou, em 10/04, a candidatura da Dra. Thelma Krug à presidência do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC), para mandato durante o 7° ciclo de avaliação do Painel (2023 a 2028).

O IPCC é o órgão das Nações Unidas responsável por avaliar a ciência relacionada à mudança do clima. Sua criação pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e pela Organização Meteorológica Mundial (OMM), em 1988, foi determinante para alertar sobre as implicações e possíveis riscos associados ao fenômeno. Conseguiu mobilizar, assim, vontade política e apoio da opinião pública para o estabelecimento de um regime multilateral dedicado ao tema, sob a égide da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC, na sigla em inglês), aberta à assinatura durante a Conferência Rio-92.

Por mais de três décadas, os subsídios técnicos do IPCC têm fortalecido a ciência frente a questionamentos de setores céticos em relação à contribuição antropogênica ao aquecimento global, o que permitiu o alcance de ambiciosos marcos internacionais, como o Protocolo de Quioto, em 1997, e o Acordo de Paris, em 2015. Esse papel chave lhe rendeu, em 2007, o Prêmio Nobel da Paz.

Com graduação em matemática pela Roosevelt University, em Chicago/EUA, e doutorado em estatística espacial pela University of Sheffield, na Inglaterra, a Dra. Thelma Krug tem vasta experiência nos temas de mudança do clima, tendo feito carreira como pesquisadora titular no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). No Governo brasileiro, foi secretária no Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), de 2001 a 2003, e no Ministério do Meio Ambiente (MMA), de 2007 a 2008, onde também ocupou cargo de diretora, de 2016 a 2017. No IPCC, co-presidiu, por dois ciclos de avaliação (2002 a 2015), a Força Tarefa sobre Inventários Nacionais de Gases de Efeito Estufa e ocupa, desde 2015, uma das três vice-presidências do Painel.

A candidatura de uma cientista de renome reflete a prioridade que o Governo brasileiro confere aos esforços globais para combater a mudança do clima, tanto em adaptação como em mitigação, do que também é exemplo a candidatura da cidade de Belém, no Pará, para sediar a 30ª Conferência das Partes da UNFCCC (COP 30), em 2025.

Caso sua eleição se confirme, será a primeira mulher a presidir o IPCC, em um sinal claro do apoio do Brasil à igualdade de gênero e à ocupação por mulheres de cargos de destaque em organismos internacionais. Também seria a primeira vez que representante da América Latina ocuparia a presidência do órgão.

As eleições ocorrerão na 59ª Sessão Plenária do IPCC, a ser realizada em Nairóbi, Quênia, de 24 a 28 de julho de 2023. Além da presidência, as demais 33 vagas do Bureau do IPCC também serão preenchidas nesse pleito.

 

 

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