A declaração é da diretora de Inovação da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e superintendente nacional do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Gianna Sagazio. Ela participou na segunda-feira (12) do Seminário Inovação no Brasil – Centro-Oeste, realizado pela Folha de S. Paulo, em Goiânia.
Gianna enfatizou que a capacidade do Brasil de competir internacionalmente dependerá essencialmente da forma como o país promoverá essa transformação industrial, que vai se impor em ritmo diferente para cada setor. “A nova revolução industrial abre um leque antes impensável de oportunidades para novos negócios e solução de antigos problemas, como acesso remoto à saúde, cidades inteligentes, mobilidade urbana e geração de energia a partir de novas fontes. Precisamos aproveitá-las”, destacou.
A diretora acrescentou que a principal diferença em relação às demais revoluções industriais está na velocidade das transformações produzidas pela digitalização. “Para o Brasil, que já tem defasagem de competitividade em relação a outros países, o principal desafio será construir, rapidamente, uma estratégia de desenvolvimento e incorporação das tecnologias”, afirmou Gianna. Ela participou de painel sobre Indústria 4.0, ao lado do superintendente de Planejamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Maurício Neves, e do fundador da Agência de Inovação e Transferência de Tecnologia da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Eduardo Braz.
PRODUTIVIDADE – Gianna Sagazio mencionou o Projeto Indústria 2027, realizado pela CNI e o IEL, com execução técnica dos institutos de economia das universidades Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Estadual de Campinas (Unicamp). Segundo ela, a primeira pesquisa do projeto, com 759 grandes e médias empresas, mostrou que 21,8% projetam ter o processo produtivo totalmente digitalizado daqui a 10 anos. Hoje, somente 1,7% das empresas ouvidas operam nos padrões da Indústria 4.0.
A diretora também citou sondagem da CNI de 2016, segundo a qual 42% das indústrias brasileiras desconhecem a importância das tecnologias digitais para a competitividade e 52% não utilizam nenhuma das tecnologias envolvidas na nova revolução. “O aumento da produtividade como único caminho para o crescimento sustentado e o aumento da renda per capita”, disse Gianna.
Entre os desafios do Brasil na agenda de inovação, Gianna enumerou a aplicação nas cadeias produtivas e desenvolvimento de fornecedores; identificação de instrumentos de política industrial para induzir a adoção de novas tecnologias; aproveitamento de oportunidades a partir da capacidade instalada que já temos, como nos setores de software, por exemplo; ampliação e melhoria da infraestrutura de banda larga; regulação eficiente; formação de recursos humanos preparados para o novo contexto; e articulação institucional.
Agência de Notícias CNI