A Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), organização social vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinaram nesta quinta-feira (6) uma parceria para financiar projetos de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I), voltados ao combate, tratamento e diagnóstico do coronavírus e para a área da saúde.
São R$ 20 milhões disponíveis para apoiar soluções inovadoras na fase final de produção. Os projetos devem estar direcionados para o desenvolvimento de testes diagnósticos; ventiladores pulmonares e componentes; equipamentos de proteção individual e coletiva para profissionais da saúde e pacientes; e soluções ligadas ao combate, tratamento e diagnóstico da Covid-19, como tomógrafos, testes de medicamentos e vacinas e tecnologias associadas à indústria 4.0 (inteligência artificial, softwares e sensores) que contribuam para a retomada da atividade econômica de forma segura.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, Marcos Pontes, destacou que a pandemia revelou em todo o mundo a necessidade do investimento em ciência e tecnologia para sair da crise e retomar os empregos.
“Todos os países desenvolvidos são assim porque investiram, tomaram a decisão consciente de fazer crescer os sistemas de ciência e tecnologia. Nesse momento de pandemia, a gente vê a C&T sendo destacadas em dois aspectos: o combate ao vírus e a recuperação do país. Vai ser através delas que o país vai conseguir de forma rápida ter um retorno de investimento sólido e conseguir aumentar empregos e novas empresas”, disse.
O presidente Embrapii, Jorge Guimarães, falou sobre o modelo da organização, que aproxima governo, empresas e centros de pesquisa, e já apoia mais de 700 empresas e quase mil projetos. “Estamos fazendo uma parceria muito certeira. Já vínhamos buscando essa aproximação com o BNDES por sua competência e capacidade de promover o desenvolvimento. A Embrapii foi concebida porque boa parte das empresas brasileiras não têm centros de pesquisa e desenvolvimento próprios. Então, nós conseguimos colocar no Brasil um modelo que facilita a interação entre empresa, governo e universidades”, afirmou.
A parceria permite financiar as fases finais do projeto, como lote piloto e certificações, demonstração em ambiente operacional e as etapas de validação de seu desempenho, considerando que o projeto já se encontra na fase de industrialização. Como resultado, a parceria contribui para agilizar o processo de desenvolvimento industrial das soluções tecnológicas que atendam às necessidades do sistema de saúde do país.
Os R$ 20 milhões serão desembolsados dentro da linha de crédito BNDES Funtec. A participação financeira do Banco poderá chegar até 50% do total do investimento apoiável, o restante será dividido por aportes não financeiros das Unidades Embrapii e contrapartidas das empresas parceiras.
Para o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, as iniciativas de parceria entre governo, academia e empresas estão ditando as novas regras para o desenvolvimento da economia. “Para nós, do BNDES, caminhar na busca do desenvolvimento é o que a gente sabe fazer. Pra isso o banco está aqui. A economia da colaboração é que está ditando as novas regras da sociedade. Aquela economia da competição, que separa se você é publico ou privado, essas distâncias estão diminuindo. Quanto mais a gente conseguir atuar em parceria, esse é o caminho do desenvolvimento”, apontou.
A contratação da operação do BNDES Funtec será com a Embrapii que, por sua vez, irá apoiar os projetos contratados pelas Unidades Embrapii credenciadas. De acordo com o modelo Embrapii, estas Unidades somente terão acesso aos recursos para a contratação de projetos que sejam realizados em parceria com pelo menos uma empresa industrial. Em todos os projetos a empresa deverá aportar no mínimo 10% do valor do projeto.
Embrapii
A Embrapii é uma organização social ligada ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) que fomenta a inovação nas empresas por meio da parceria com centros de pesquisa credenciados (Unidades Embrapii), criando as condições necessárias ao fortalecimento das atividades de PD&I no país. O modelo operacional da EMBRAPII possui a vantagem de ser em fluxo contínuo, a qualquer momento a empresa pode desenvolver projetos sem a necessidade de esperar um edital. O modelo permite o apoio à inovação com agilidade, flexibilidade e capacidade de alavancagem de recursos privados.
Tradicionalmente a Embrapii atua na fase pré-competitiva da inovação (TRLs 3 a 6). Com a parceria do BNDES, a organização irá ampliar sua atuação no setor de saúde, direcionando recursos a projetos que precisam de apoio em TRLs mais elevados para chegar ao mercado. São tecnologias que possuem impacto em um curto espaço de tempo e que farão a diferença no tratamento, diagnóstico e cura de doenças da população.
Fonte: MCTI