FAPESP anuncia 44 projetos aprovados no 2º Ciclo de 2015 do PIPE

O anúncio, realizado na sede da Fapesp, reuniu 150 pesquisadores e representantes de empresas em cerimônia que contou com a presença do vice-governador e secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia de São Paulo, Márcio França, do presidente da FAPESP, José Goldemberg, do diretor-presidente do Conselho Técnico-Administrativo da FAPESP, José Arana Varela, e do diretor científico da Fundação, Carlos Henrique de Brito Cruz.
Goldemberg afirmou que o PIPE é “o melhor exemplo” de que a FAPESP apoia pesquisas que fazem avançar o conhecimento, mas também está atenta para estimular projetos que gerem benefícios para a sociedade.
Lembrando que “São Paulo é responsável por três quartos de tudo o que o Brasil faz em matéria de pesquisa e desenvolvimento”, França sublinhou que o governo do Estado quer incrementar, cada vez mais, programas como o PIPE, em que a pesquisa necessariamente deverá resultar em produtos e processos que “beneficiam as pessoas”, além de gerar empregos qualificados.
O PIPE foi criado em 1997 com o objetivo de estimular a inovação em micro e pequenas empresas sediadas no Estado de São Paulo. Desde então, já apoiou 1.421 projetos – cerca de três por semana, em média. “Os projetos aprovados devem ter potencial de retorno comercial, aumentar a competitividade da empresa e estimular a criação de uma cultura de inovação permanente”, afirmou Brito Cruz.
O PIPE financia até R$ 1,2 milhão por projeto, não prevê contrapartida da empresa, mas exige que o pesquisador principal esteja vinculado à empresa.
Em sua apresentação, Brito Cruz citou resultados de estudo realizado em 2011 por pesquisadores do Departamento de Política Científica e Tecnológica da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) liderados por Sérgio Salles-Filho, que comparou resultado do PIPE da FAPESP com um programa semelhante, o Small Business Innovation Research (SBIR) da National Science Foundation (NSF).
“Nos dois casos, 40% dos projetos geraram receita a partir dos resultados, 30% dos projetos geraram patentes e cerca de 50% mobilizaram também outras fontes de recursos”, afirmou Brito. Segundo a pesquisa, metade dos projetos apoiados não teria sido implementada sem os recursos do PIPE – no caso do SBIR essa fração seria dois terços.
Pelo menos 85% das empresas apoiadas pelo PIPE usaram conhecimento ou tecnologia de universidades, especialmente as públicas, 53% mantinham relações informais com universidades e 75% delas utilizaram equipamentos de universidades. No caso do SBIR, 33% das empresas tinham interação com universidades e mais de 67% contavam com um fundador egresso da academia.
A principal diferença entre os dois programas surge quando se compara o percentual de projetos que receberam venture capital – 12% entre as empresas do PIPE e 25% entre as do SBIR – e os que resultaram em exploração da propriedade intelectual – 4% entre as empresas do PIPE e 16% entre as do SBIR.
Brito Cruz acrescentou que a taxa de mortalidade das empresas PIPE após o termino do projeto é de 8%, “muito abaixo dos 70% apontados pelo Sebrae para empresas de base tecnológica no Brasil“, sublinhou. Esse percentual sobe para 22% quando se observam as empresas que foram criadas para submeterem projetos ao PIPE.
O impacto no nível de emprego das empresas envolvidas também é expressivo: aumento de 40% na massa de recursos humanos (contratados, terceirizados e bolsistas), incremento de quase 30% no pessoal contratado diretamente, até um ano após o encerramento do projeto, crescimento de 60% do pessoal de nível superior e de mais de 90% do pessoal com pós-graduação.
“O cálculo dos impactos econômicos do PIPE aponta, ainda, um retorno de 11 vezes o valor investido pela FAPESP. Considerando o faturamento e os investimentos realizados pela FAPESP e por outras fontes, esse programa tem se mostrado não só de alto retorno, mas também de retorno crescente”, disse Brito Cruz.
Demandas tecnológicas
Brito Cruz acrescentou que o PIPE se articula com demandas específicas do desenvolvimento tecnológico, citando o exemplo do PIPE Venture, associado ao Fundo de Inovação Paulista, liderado pelo Desenvolve SP, e que conta com a participação da FAPESP, da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).
Mencionou também o PIPE-PAPPE Sirius, resultado de um edital lançado pela FAPESP e Finep para a seleção de micro, pequenas e médias empresas qualificadas para o desenvolvimento de peças, produtos, processos e serviços de Sirus, a nova fonte brasileira de luz síncrotron, em construção no Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), em Campinas.
No primeiro edital, com recursos da ordem de R$ 40 milhões, divididos entre a FAPESP e a Finep, foram selecionados 13 projetos, quie serão desenvolvidos por oito empresas – Equatorial Sistemas, Luxtec Sistemas Ópticos, Omnisys Engenharia, Atmos Sistemas, FCA Brasil Indústria Comércio e Usinagem de Peças, Macnica DHW, Opto Eletrônica S.A. e Engecer. O segundo edital está aberto, com prazo de recebimento de propostas até 27 de novembro.
Também está aberto o edital PIPE-PAPPE Manufatura Avançada, parceria FAPESP e Finep, por meio do qual se apoiará o desenvolvimento por empresas paulistas de produtos, processos e serviços inovadores, visando ao fortalecimento e à qualificação em manufatura avançada das cadeias produtivas da indústria aeroespacial e de defesa do Estado de São Paulo. O prazo para recebimento de propostas também é 27 de novembro. “A reunião para maiores esclarecimentos sobre a chamada será no dia 16 de outubro, às 9 horas, no Parque Tecno, em São José dos Campos”, lembrou Brito Cruz.
FAPESP e Finep, por meio do PIPE e do Programa de Apoio à Pesquisa em Empresas – PAPPE Subvenção, lançam chamadas de propostas para apoio a micro, pequenas e médias empresas que estejam com projetos em fase de desenvolvimento comercial e industrial dos produtos e processos. A 4ª chamada está com o edital aberto e o prazo para a apresentação de propostas será até o dia 27 de novembro.
Fonte: FAPESP

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