O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, anunciou, nesta segunda-feira, 25 de agosto, em Brasília (DF), a ampliação dos recursos disponíveis do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) para o financiamento de projetos de difusão de máquinas e equipamentos 4.0 na economia. Com taxas incentivadas que mesclam a Taxa Referencial (TR) e custos de mercado, o orçamento disponível em 2025 é de R$ 12 bilhões. O lançamento ocorreu em cerimônia no Palácio do Planalto, com a participação do presidente da República, dos presidentes da Finep , Luiz Antônio Elias, e do BNDES, Aloizio Mercadante, do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e da ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, entre outras autoridades.
O principal desafio é melhorar a produtividade e modernizar o parque fabril brasileiro. A medida é resultado da Resolução nº 5.232, de julho deste ano, do Conselho Monetário Nacional, que ampliou para até 2,5% do saldo dos recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) sob gestão do BNDES que podem financiar projetos ao custo da TR.
No BNDES, a linha Crédito Indústria 4.0 tem R$ 10 bilhões e visa impulsionar a agenda de modernização industrial e dos serviços tecnológicos, contribuindo para alavancar a indústria 4.0 e ampliar a produtividade e a digitalização. São objeto da iniciativa os investimentos em bens de capital que incorporem tecnologias em robótica, inteligência artificial, computação na nuvem, sensoriamento, comunicação máquina a máquina e internet das coisas (IoT), entre outras, todos credenciados no BNDES. A iniciativa é parte do eixo de inovação e digitalização do Plano Mais Produção, que integra a Nova Indústria Brasil.
A Finep complementa a ação, seguindo no propósito de reduzir as assimetrias regionais e estimular a indústria nacional de bens de capital, alocando R$ 2 bilhões de crédito à sua linha Difusão Tecnológica exclusivamente para empresas que precisem modernizar seu parque industrial localizado nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
A ministra Luciana Santos, do MCTI, destacou que o lançamento representa um passo decisivo para a modernização da economia brasileira. “Estamos direcionando recursos para que empresas de todos os portes incorporem tecnologias do futuro, como inteligência artificial, Internet das Coisas, robótica e sensoriamento. Essa é uma política industrial, mas também de desenvolvimento regional, que busca reduzir assimetrias históricas e garantir que os benefícios da inovação cheguem a todo o país”, afirmou.
“Com a nova linha para aquisição de máquinas e equipamentos 4.0, o BNDES reforça seu compromisso com o aumento da produtividade e a difusão tecnológica na economia, eixos fundamentais da Nova Indústria Brasil”, disse o presidente do BNDES, Aloisio Mercadante.
Segundo Luiz Antonio Elias, presidente da Finep, a participação da Finep nesta importante iniciativa, com o aporte de mais R$ 2 bilhões, reforça a parceria com o BNDES, e contribui para a redução das assimetrias regionais, a partir do apoio a empresas localizadas nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
MPMEs – A partir da mistura (blend) entre TR e taxas de mercado, o custo financeiro da linha não ultrapassará 8,5% a.a., beneficiando mais projetos, principalmente de micro, pequenas e médias empresas (MPMEs), que verão a redução, em média, de 6% das taxas que atualmente pagam em financiamentos. Todos os bancos credenciados no BNDES estarão aptos a repassar os recursos.
Para aquisição de máquinas e equipamentos 4.0, micro, pequenas e médias empresas com projetos de até R$ 50 milhões terão acesso a financiamento na forma indireta, por meio da rede credenciada de instituições do BNDES. Para médias e grandes empresas com projetos no valor de até R$ 300 milhões o financiamento será feito diretamente com o BNDES. O Banco também apoiará fabricantes de máquinas e equipamentos 4.0 na comercialização de seus equipamentos credenciados, no valor de até R$ 300 milhões.
A indústria de máquinas e equipamentos desempenha papel central na difusão tecnológica para o aumento da produtividade em toda a indústria. Estudos mostram que o parque fabril brasileiro ainda opera com maquinário antigo, com idade média de 14 anos, o que reduz sua produtividade. No Brasil, 38% dos equipamentos industriais estão próximos ou além do ciclo de vida ideal estabelecido pelos fabricantes. A defasagem tecnológica aumenta custos de manutenção, consumo energético e impacta negativamente a competitividade do país.